A Fábrica de Bets
Número de empresas do segmento cresceu 153% em dois anos. Ainda tem espaço no mercado?
André Lara
5/21/20252 min read


Esta semana, foi divulgado um estudo da BigDataCorp sobre os CNPJs do Brasil. No setor de apostas esportivas, foi identificado que o número de empresas com o CNAE correspondente saltou de 840 para 2100 entre 2022 e 2024.
Embora nem todas apresentem a licença para atuar, é esperado que em 2025 haja um salto de mais 1200 empresas abertas no segmento. Somadas, essas empresas investiram mais de R$12 bilhões no país.
A distribuição geográfica mostra outra peculiaridade, que é a forte presença da região norte e nordeste no setor. Embora representem apenas 19,47% de todos os CNPJs do Brasil, quando olhamos para o mercado de apostas esse percentual sobe para 37,34%.
Olhando para o esporte, vemos uma predominância das casas de apostas em diferentes modalidades. No futebol brasileiro, apenas dois entre os 20 times da série A não tem patrocínio master das bets.
E não para por aí. As marcas se fazem presentes nos painéis de led, comerciais de televisão, festivais de música e em praticamente todos os campeonatos esportivos.
Após a regulamentação, o setor passou a ter margens mais apertadas. As empresas regulamentadas pagam 12% sobre o rendimento bruto (Gross Gaming Revenue), 9,25% de Pis e Cofins e 34% de IRPJ (imposto de renda pessoa jurídica) + CSLL (contribuição social sobre o lucro líquido), além de uma licença de R$30 milhões para operar.
Diante do novo cenário, o impacto no setor de patrocínios foi grande. Os valores de contratos, que antes da regulamentação eram muito acima do padrão de mercado, se estabilizaram e retornaram ao ritmo tradicional.
Ao mesmo tempo, tornou-se mais difícil para as casas de aposta manterem o ritmo de aquisição de novos jogadores. As medidas de segurança, como reconhecimento facial e verificação de identidade, tornaram mais moroso o cadastro de usuários.
Com todas as restrições impostas e grandes contratos de publicidade concentrados nas principais empresas do segmento, ainda há espaço no mercado para novas bets?
Como o Brasil é muito grande, eu diria que sim. Mas as empresas precisarão recorrer a novas estratégias para conquistarem seu espaço.
Acredito que o mercado deva caminhar para empresas cada vez mais especializadas em nichos, e que as verbas de patrocínio sejam cada vez mais direcionadas para mercados alternativos e para o setor de cassino, ainda menos explorado no país.
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